Refletindo sobre a solidão

Vi esta imagem na internet e ela me chamou a atenção pela frase: "Solidão não é estar só. É estar vazio". E ela me fez pensar que para muitos a solidão é um bicho-papão pronto para nos devorar se ousarmos ficarmos por uns momentos sozinhos. 

Infelizmente, hoje em dia muitas pessoas têm medo de estar em sua própria companhia. A modernidade não nos dá o luxo de curtirmos nós mesmos. É sempre necessário que você seja visto com alguém ou com uma turma. Quem não é assim corre o risco de ser tachado de solitário. E com isso geramos cada vez mais pessoas que têm medo dessa maldosa solidão, desse estar consigo mesmo e que acabam colocando no outro a responsabilidade por estarem bem, por ser felizes, vivendo pulando de relacionamento em relacionamento, aumentando cada vez mais o vazio em si. 

Só quem não tem medo de mergulhar em uma viagem interior é que não terá chance de sentir solidão e muito menos o vazio, pois estará descobrindo a pessoa mais importante da sua vida: si mesmo! 

Está na hora de nos conhecer, nos perceber!

Quisera...

Quisera sempre ter uma carta na manga. Em vez disso, sempre tenho frases soltas que juntando uma aqui e outra ali formam estrofes desconexas muitas vezes sem sentido algum... É que às vezes meus pensamentos são assim e me embalam em sonhos que nem sempre entendo, em vontades que nem sempre realizo, em vozes que nem sempre canto...

Quisera eu colocar ordem aqui dentro. Mas apenas quisera, pois ser um emaranhado de coisas distintas é a nossa sina. Ora santa, ora menina, ora dona do meu nariz, ora querendo colo, ora querendo sair correndo sem rumo e sem noção... Mil em uma e todas ao mesmo tempo. Assim, sou eu. E quem não é?

O avesso

"E de repente a vida de vira do avesso e você descobre que o avesso é o seu lado certo" . Esta frase do jornalista, dramaturgo e escritor Caio Fernando Abreu hoje pairou em minha mente e me fez pensar um pouco se existe um lado certo? 

Crescemos ouvindo "faça sempre o certo, o correto", mas ninguém nunca nos contou o que isso significa. Claro que nós deduzimos que seja agir de maneira clara, não fazer trapaças e não usar de má fé com ninguém. Isso é bom e deve ser feito, sim.  

Mas fazer o certo não tem a ver só com o externo de nós, com o nosso interno, nosso eu, também! 

É aí que entra a história do avesso. Ao ser mergulhado em nosso próprio avesso, livres de máscaras e julgamentos que, muitas vezes nós nos impomos,  nós nos sentimos bem e descobrimos as coisas que fazemos por conveniência, pelo medo do que o outro vai pensar. Aliás esse medo pode ser de várias coisas: de não ser aceito, de não ter apoio,  de receber um olhar torto, da indiferença... É em agir muitas vezes com esse medo que nós deixamos nosso avesso de lado, o nosso eu, as nossas vontades e verdades!

Por isso, ao perceber o seu lado contrário, mergulhe nele! Descubra o que você deixa de fazer ou o que você faz por medo de alguma coisa e reflita se vale a pena. Muitas vezes no avesso, o lado que esconde os arremates da costura, encontramos nosso lado real! 

O último romântico me encantou!

Na madrugada deste sábado (17.08) estive em um show do espetacular Lulu Santos em uma cidade vizinha. E como é impossível ficar inerte à tantas mensagens musicais desabafo escrevendo minhas impressões.

Lulu Santos, o pós-moderno. Cantor com mais de 30 anos de carreira e com letras que desde sempre fazem e ensinam história. O que dizer do trecho de Como uma Onda no Mar: "tudo passa, tudo sempre passará. A vida vem em ondas como o mar, num indo e vindo infinito", mostrando a volatilidade da vida e que nada temos de concreto, seja de material ou não. "Eu não sei viver sem ter carinho é a minha condição" enfoca que nenhum homem é uma ilha e é assim que deve ser! "O que eu ganho e o que eu perco ninguém precisa saber", uma parte do refrão de Apenas mais uma de Amor prega a beleza e a simplicidade de se amar, sem exigir nada em troca. 

E assim se passa com "A Cura", "Assim caminha a humanidade", "Tudo Bem" e "O último romântico", canções que conseguem musicar o que nem sempre conseguimos expressar com simples palavras e que muitas vezes ficam traspassadas em nossa garganta. 

É, Mr. Lulu, hoje foi mais uma daqueles dias e que no fim tudo compensou! Como diz a musica: hoje o tempo voa, escorre pelas mãos, (...) e não há tempo que volte amor, vamos viver tudo que há pra viver, vamos nos permitir". Hoje eu me permiti. Valeu. 

Indicação de filme - A Vila

Hoje à tarde eu assisti a um filme maravilhoso que foi indicação no meu Grupo de Estudos (se quiserem contato, me falem! rsrs) e gostaria de indicar a vocês pela mensagem linda que ele nos passa. O filme se chama "A Vila", de 2004, com o ator Joaquim Phoenix. Trocando em miúdos, ele nos fala que é impossível proteger as pessoas do sofrimento. Mesmo as colocando em uma redoma e as cercando, a vida sempre dará um jeito de ser mais soberana e nos mostrará que não adianta planejá-la. O inevitável sempre acontece e diante dele sempre é bom encarar o que nos é oferecido, seja de bom ou de ruim, e aprender com os fatos. "Mágoas fazem parte da vida". "Não fujam de suas dores". "O amor movimenta o mundo".‪#‎ficaadica‬ ‪#‎filme‬ ‪#‎refletir‬ ‪#‎valeapena‬

Saber "voar"

Hoje de manhã eu estava sentada na praça do Centro da cidade aguardando o banco abrir. De repente, minha atenção foi atraída para alguns pombos que estavam brigando (ou brincando, vai saber!) bem em cima da placa com o nome do banco. E naquela bagunça que eles estavam fazendo foram chegando para a beirada e de repente uma ameaçou a cair, o que me trouxe apreensão, mas saiu voando. Achei interessante isso e me veio essa frase em mente: "quem sabe voar, não cai nunca".

Mas o que seria saber voar? Interpretei o auto-conhecimento como o "saber voar", pois ao se conhecer passamos a saber todos os porquês dos passos que damos e mesmo quando alguma coisa lhe pega de surpresa, sabemos como reagir com leveza e positividade. Assim como um pássaro.

Auto-análise

Se conhecer. Esta é uma das coisas mais importantes para nós nesta era moderna em que vivemos e em que, cada vez mais, as relações humanas se tornam superficiais e virtuais. 

Mas, atenção: para se conhecer é preciso ter a mente e o coração abertos para encarar e aceitar fatos sobre si que podem não agradar e, principalmente, ter a coragem de enfrentá-los e mudá-los. Caso contrário estaremos desperdiçando capacidades que muitas vezes temos medo de enxergar.

"Ou aprendo a voar ou me estatelo no chão tendo asas".

Pensar em si é "démodé"

O mundo não anda mais... Ele corre e nos leva com ele. Nós e nossas ansiedades, nossas tarefas, nossas faltas de tempo... Para muitos, 24 horas para um dia é muito pouco. Mas por que pouco se desde que o mundo é mundo o dia tem 24 horas? 

Abarrotamos nosso tempo com um monte de coisas que não sobra tempo para a família, para curtir os amigos ou, o que é pior, para nós mesmos! Para refletirmos sobre nosso ser, sobre nossas escolhas, sofrimentos, alegrias! Aliás, pensar em si parece ser algo "démodé". 

Zygmunt Bauman, sociólogo polonês observou a questão em seu livro "Modernidade Líquida" e disse em entrevista ao jornal O Globo: "O mundo, como somos induzidos a acreditar, tornou-se um contêiner sem fundo de coisas a serem consumidas e aproveitadas. (...) A pressa - e o vazio - é fruto disso, das oportunidades que não podemos perder. (...) Estar sozinho - a liberdade de gastar o tempo com nossos próprios pensamentos - é identificado hoje com solidão, com abandono, com a sensação de não pertencer".

Você já se sentiu assim?