quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Dois

O Amor tomou conta do seu pensamento. Era um lugar diferente do que ele já habitara dentro dela, por isso, estranhou que ele estivesse em sua mente. E tão logo se instalou tomou conta de tudo, como o clarão do sol inundando um quarto ao amanhecer.

De início ela não o reconheceu. Estranhou quando caiu em si. E novamente ele fez casa dentro dela e a chamou para conversar. Mesmo se sentindo uma criança acuada, com medo, ela aceitou. Não restavam alternativas. Chegou a hora de encará-lo novamente.

O papo fluía bem. Histórias e mais histórias foram surgindo. O Amor a lembrou de tudo: dos sentimentos platônicos da adolescência até sua primeira manifestação verdadeira, que já havia acabado há algum bom tempo.

Foi então que com os olhos em lágrimas ela perguntou: "Por que sumiu de mim? O que fiz para ter o seu desprezo?"

O Amor não titubeou e respondeu: "Eu não sumi. Você que me esqueceu, me trancou, virou as costas para mim".

Ela sabia que a história tinha sido mais ou menos assim. E também sabia que não o fez por maldade. Só queria se preservar, se proteger... Ora, como em um momento ele a fizera se sentir tão bem e completa a no outro a jogara no fundo do poço? Encheu-se de dúvidas na época e viu que a melhor saída era desfazer-se dele. E foram anos assim. Ela de um canto e o Amor do outro.

Como o Amor queria fazer as pazes com ela e tinha, inclusive, tomado a iniciativa, vendo-a chorar lhe estendeu a mão. Ela simplesmente disse: "Não sei quem é você".

"Sou o que une a humanidade. O que está atento a cada gesto, cada palavra dita e até mesmo guardada silenciosamente nos corações. Não sou o mal, sou o libertador"- foi o que lhe respondeu. Ela aceitou as pazes. Entendeu que precisava dele e que caminharia melhor em sua presença.

As lágrimas agora eram de felicidade e inundaram seu rosto. Num gesto de puro cavalheirismo ele secou cada uma com um beijo.

 

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

"Cansei de fazer tipo. Quero fazer a tal".

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Recordar é (re)viver

No trabalho dia desses, as amigas se juntaram para conversar na hora do lanche da tarde. O cardápio era pão de queijo e café. E, acreditem ou não, eu não gosto muito de tomar café e foi então que um gesto meu (eu tirava pequenos pedaços do pão de queijo e molhava no café! rsrs) nos remeteu aos tempos das nossas infâncias e aos costumes da época.

Uma das meninas disse que gostava e gosta até hoje de quebrar a bolacha de maisena, misturar com o café e comer! Outra lembrou de um bolinho que a vó fazia e eu lembrei do clássico “leite com farinha” (já experimentaram?). Na mesma hora a boca encheu de água e eu fiquei lembrando da farinha se derretendo no leite, uma amiga disse que colocava açúcar, mas eu gostava dele salgadinho mesmo! Nostalgia pura!

Depois a gente para e pensa: por que certas coisas só fazemos quando somos crianças? E como a nossa infância é diferente da infância que vemos hoje, tão digitalizada e estática não?
No meu tempo (isso há uns vinte e poucos ano
s atrás) nós brincávamos na rua com as outras crianças! Era pula-corda, amarelinha, pique-pega, esconde-esconde e tudo numa paz e alegria que quando entravamos em casa para tomar banho e jantar, logo já caímos na cama de sono de tão cansados que estávamos. Hoje não tem nem como haver isso.

Mas voltando a primeira pergunta, nós crescemos e junto com esse crescimento aumentam também as responsabilidades. O pula-corda vira “pula-problema” e o pique-pega vira uma verdadeira correria para fazer o que é preciso e pegar as melhores oportunidades para melhorar de vida. Se ficar muito parado, a “Cuca vem pegar”. Tempo para brincadeiras? Só
se for online mesmo porque na vida real, onde tudo acontece, nós estamos é sempre correndo e sem tempo para nada!

Que bom que nós temos memória e ela anda funcionando bem (pelo menos por enquanto!). Assim podemos sempre recorrer a ela num verdadeiro momento de fuga para lembrar de um tempo em que a única correria que aprontávamos era aquela para fugir de quem estava com o “pique”!

E vocês, qual é a lembrança especial de suas infâncias?




terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Ansiedade nossa de cada dia

Roer unhas, inquietação, fome descontrolada. É assim que eu traduzo a ansiedade, praticamente um mal que atinge muitas pessoas hoje em dia. Quem não tem algo lhe causando ansiedade que atire a primeira pedra!

Nós somos assim mesmo: vivemos hoje com a cabeça no amanhã e com isso muitas vezes não prestamos e não damos valor ao que estamos passando no presente. Temos a impressão de que quando tivermos isso ou aquilo nós estaremos melhores. Ou seja, nos impomos esperar condições ideais para realizarmos, para vivermos. Vai dizer que você não faz isso?

Errado? Não acho... Sonhar é bom, claro! Estimula a gente. Porém, é imprudente viver somente no mundo dos sonhos e esquecer que no presente também temos todas as condições para vivermos bem. Mas para isso é preciso que aprendamos a gostar e a dar valor às pequenas coisas e pequenos prazeres diários.

Para e repara nestes poucos exemplos: já viu como é bom saborear sua comida favorita? Tomar aquela água geladinha quando o calor está quase te deixando tonto? O banho relaxador na hora de dormir?

Sim, muita gente não para nesses momentos. Ta comendo e pensando na reunião daqui a 15 minutos. Toma água pensando no trabalho que precisa redigir. Toma banho repassando todos os afazeres que terá no dia seguinte.

Por mais ansiosos que somos precisamos sempre nos concentrar naquilo que estamos fazendo no momento. É um treinamento, um condicionamento. Mas uma vez que aprendemos isso, pronto: a cada momento viveremos o prazer momentâneo e assim nos sentiremos mais organizados e com espaço para planejar e sonhar com o futuro também.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Eles lutam, tu lutas, eu luto

Os políticos brigam em Brasília porque querem uma fatia do bolo ministerial. Nós, meros mortais que tivemos nas mãos a oportunidade para mudar ou dar chance àqueles que realmente querem trabalhar (será que eles existem?) demos é mais farinha para engrossar o angu. E, claro, depois ficamos reclamando. Afinal, a gente briga pelo quê?


Já parou para analisar? Reclamões não faltam e do que reclamar também não. Sim! É mais fácil apontar o dedo do que arregaçar as mangas e ir lá curar as feridas. Por que será que o papel de vítima todo mundo quer e o papel de lutador fica restrito a uns poucos e bons que aceitam a briga? Porque é muito mais fácil receber de mão beijada do que lutar.


Lutar te expõe a situações adversas que estão ali justamente para te testar e ver até onde você confia em si mesmo. Muitos não aguentam e abandonam. Sim, também é uma escolha e nós não temos o direito e nem podemos julgar o porquê que a pessoa fez isso (cada um sabe onde lhe aperta o sapato!). Mas admiramos quem vence e nos espelhamos neles para nos dar força em nossa jornada.


Portanto, lancemos mão de um patuá de vontade, esperança, fé em Deus e pé na tábua!


Os políticos que continuem a briga fácil de lá que nós trataremos de dignificar a nossa luta de cá. Um dia a gente muda a coisa.